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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Conto poético: O PESCADOR




Uma nobre e antiga profissão !
Vários  apóstolos de Jesus foram pescadores.
Saúde, coragem e camaradagem, misturam-se  à 
alegria de  entrar no mar para pescar !
Homens que conversam com as ondas,  refrescam-se 
ao sabor do vento,  banhando-se  na água pura, vinda
do céu.
Enquanto a lua  prateia a vasta estrada,  as estrelas 
aplaudem  o sucesso da pescaria.
As gaivotas, atrevidas,  patrocinam a festa com a sua
cantoria e, em rasantes sobrevoos, gargalham  em 
histeria.
E sem pedir licença, pousam no convés, trazendo
sorte à pescaria !
Em terra, a sua amada reza preocupada...
Em alto mar, seu amor  chora de saudade por  voltar.
Amanhece, anoitece e o barco singra o grosso mar,
parecendo uma lotação de piratas, na obediência  do  
corso.
Na proa, a vela acesa  ao  Santo protetor,  espanta o 
medo que se nega desembarcar.
São Pedro, padroeiro  do pescador,  expressa  gratidão.  
Aceita  a oferenda da vela,  concede  proteção ao  barco
pesqueiro e  a sua tripulação !

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Conto poético: A FIEL ESCUDEIRA



Ouvi, sensibilizado, uma linda história de observação.
" Todas as noites  ela circulava pelo interior da  minha  
residência.
Notava sua falta, quando se demorava ...
Atenta a todos os movimentos, sentia-se parte
daquele pequeno mundo, e me olhava com  ternura  !
E era, assim que eu, também a via.
Lindamente  imóvel, tinha postura de guerreira, ou 
implacável caçadora.
Enquadrava a sua  vítima, calculava  a distância e, com 
a  velocidade do raio, partia para  o  infalível ataque: 
NHAC...  alvo engolido !
Era bonito de se ver.
Aquele espetáculo da natureza transcendia um ato
de sobrevivência.
Envolvia observação, paciência e muita destreza,
para caçar os insetos nas paredes, teto e  piso.
Foi  uma agradável  convivência,  durante os meus 
momentos de relaxamento.
Mas, desapareceu, sem deixar vestígio.
Senti sua falta e  esperei, durante muitas noites,
aquela lagartixa, minha fiel  escudeira, 
Fui encontra-la, vítima  de uma tragédia.
Estava esmagada no vão das dobradiças da porta,
Não emitiu, sequer, um gemido de dor, possivelmente
para não me entristecer.
Mas eu sinto, até hoje,  a sua angústia..."
E eu  percebi  a tua  emoção, meu grande amigo, 
Francisco Carlos Lajus !           





quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Conto poético: OS VELHOS DA MINHA TERRA



                  

Nesta minha Ilha, raro era se encontrar 
um homem velho.
A  vida terminava cedo, não permitindo o 
envelhecimento.
A tuberculose  e outras  doenças, hoje 
curáveis, foram as responsáveis por  esta
precocidade.
Poucos,  viviam  muito. 
O velho era visto como um "ET", um ser
diferente e difícil de se encontrar. 
50 anos de vida, já estava devendo... ou
procurando vaga em asilo.
Mas, pior do que isto, somente o estigma.
As crianças desobedientes  eram 
advertidas,  ameaçadas com a figura do 
 "velho", temido  mais  que  assombração,
alma do outro mundo.
" À noite, embaixo  da figueira, aparece um 
velho barbudo que vai te pegar".
Que maldade !
Hoje, o velho mudou de  título para idoso.
Foi presenteado com um estatuto, que lhe 
garante  diversos  direitos.
Deixou de ser fantasma e pode viver  por muitos
anos, sem assustar as crianças 
Perdeu o título de  " bicho papão ",  conquistando
o respeito. 
Um  verdadeiro sonho poético !
Deixem-no sonhar...
 
Sinval Santos da Silveira

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Sombras de um passado!


As lembranças de um passado,
sem piedade, invadem minhas entranhas.
Teu sorriso, ainda habita meu coração,
trazendo, à tona, as mais belas recordações
de momentos tão felizes, contigo vividos.
Nossos sentimentos, voaram em direção
aos ventos, subiram às alturas, visitando
o belo azul do céu.
Passeamos nas estrelas, conhecemos
os astros...
Amamos os campos, as flores e as
cachoeiras.
Sorrimos com as alegrias, e choramos
as tristezas.
Plantamos flores e colhemos perfumes,
no colorido jardim  da vida.
Vivemos a felicidade dos amantes,  
destilando e bebendo a cheirosa seiva do
mais puro amor...
Hoje, nos alimentamos da saudade, que
se nega ao tempo morrer, dando vida à
esperança, de um dia voltar a te ver !

Sinval Santos da Silveira